Será que a gente realmente repara no que vemos quando olhamos no espelho? Você, realmente, é o que você vê? Ou o que gostaria de ser? Ou pior, não é nada do que gostaria de ser? As perguntas podem até parecerem brincadeira e remeterem ao mundo virtual, mas não são. A autoimagem é algo importante e se distorcida podem comprometer a saúde física e psicológica das pessoas.
Para facilitar esta compreensão e garantir ferramenta mais prática e ágil para os estudos que visam a avaliação dos comportamentos de riscos para os transtornos alimentares, a profa. dra. do curso de Nutrição da FESB, Simone Cardoso Freire, em conjunto com o médico Mauro Fisberg, adaptou a escala de silhuetas brasileiras, que até então só estava disponível em cartão papel, para o uso digital.
A iniciativa é pioneira no país e, recentemente, foi publicada no Jornal Brasileiro de Psiquiatria. “Podemos utilizar as escalas de silhuetas brasileiras digitalizadas como forma de avaliação da percepção e insatisfação corporal em jovens brasileiros, permitindo avaliar a imagem corporal”, explicou Simone Freire. Segundo ela, a reprodutibilidade da escala digital contribui de forma efetiva na construção de questionários “on line” para a avaliação dos comportamentos de riscos para os transtornos alimentares. “A ideia é usar cada vez menos papel para pesquisas, além de realizá-las de maneira mais prática. A professora ainda ressaltou que a escala no formato digital possibilita aumentar o universo de pesquisados e ainda pode ser utilizada em consultórios.
A ferramenta já foi utilizada por Simone Freire, em pesquisa que aplicou junto a 88 jovens e, agora, a intenção dela, é repetir o mesmo questionário com os estudantes da FESB. “Hoje a gente percebe que a população vem tendo uma insatisfação e também uma distorção em relação a autoimagem. Reflexo das mídias digitais”, avaliou. “O que pode potencializar estas pessoas que não estão satisfeitas com o próprio corpo, para uma insatisfação direcionada para um comportamento ruim em relação a prática de atividade física e alimentação”, concluiu a professora.
Acesse a publicação:
http://www.scielo.br/pdf/jbpsiq/v66n4/0047-2085-jbpsiq-66-4-0211.pdf