Perder a capacidade de movimento é uma das coisas mais tristes que pode ocorrer a uma pessoa. Quando isso ocorre, a vida do indivíduo é modificada, tendo ele que viver em uma cadeira de rodas e depender dos outros para realizar as tarefas, mais básicas, do cotidiano. Mas, felizmente, esta realidade pode estar próxima de mudar. Pesquisadores apontam a técnica de neuroimplante para conexões elétricas dos neurônios motores, como cura da paralisia. E deste grupo de estudiosos, faz parte um bragantino: Francisco Fambrini, que é professor da FESB, mestre em Ciências da Computação e engenheiro elétrico.
Segundo Francisco Frambrini, os estudos estão avançados e ele estima que, num prazo de 10 anos, o procedimento já esteja sendo aplicado em pacientes com paralisias. “Os testes já foram feitos em animais”, revela o pesquisador. “Tem 60% de eficácia comprovada, mas ainda não foi experimentado em seres humanos”, completou.
Francisco Frambrini faz parte do grupo internacional que estuda a técnica e, desde 2011, desenvolve o tema como trabalho de seu doutorado. No final do mês passado, ele apresentou os estudos em Firenze (Florença), na Itália, durante a Conferência IECON -2016. O evento reuniu pesquisadores do mundo inteiro da área de eletrônica e computação. O mesmo trabalho já foi exposto, por ele, em Honolulu (Hawai), Nova Iorque e Yokohama ((Japão).
De forma bastante simples e didática, Francisco Frambrini explicou que a proposta é usar amplificadores eletrônicos no ponto lesionado da medula. “Algo bem semelhante ao marcapasso, colocado no coração”, comparou. Ele ainda acrescentou que a bateria seria recarregada por meio de eletrodos, sem utilizar métodos evasivos.
Sobre os custos de um procedimento desta natureza, Francisco Frambrini adiantou que o investimento ainda é alto, porém é possível baratear. “O caro não é o equipamento a ser utilizado e sim o processo cirúrgico de implantação”, explicou.
No mesmo período, ele ainda esteve na Universidade de Genova (onde o estudo é mais avançado na área de sinais elétricos de neurônios “in vitro”) e participou de experiência para entender os sinais elétricos em ratos “wistar”.
CONFERÊNCIA NACIONAL
Como estudioso da área, Francisco Frambrini, também, participou da Conferência Nacional de Energia Elétrica (SENDI), que aconteceu em Curitiba (PR), em novembro. No evento, ele apresentou estudos sobre termografia de imagens de redes elétricas, demonstrando que, com aplicação de um algoritmo (programa de computador) é possível identificar os pontos aquecidos que necessitam de manutenção elétrica. O estudo é desenvolvido pelo mesmo grupo que faz as pesquisas de neurônio, como uma prestação de serviço a empresa CPFL.